Este trabalho discute a viabilidade da minigeração fotovoltaica em aeroportos brasileiros e seus impactos à segurança operacional. O contexto em que se desenvolve o estudo considera o fato do país ser a segunda maior nação no mundo em quantidade de aeroportos, além de algumas características comuns a estes sítios, que aliados a condição que mais de 95% dos aeroportos públicos do país não são empreendimentos autossustentáveis e que, portanto dependem de verbas públicas para sua manutenção e operação dentro dos requisitos mínimos de segurança, tornando atraentes a implantação destes projetos. A metodologia de análise proposta neste trabalho é realizada através de um estudo de caso com a simulação de um sistema de minigeração fotovoltaico conectado à rede de distribuição, instalado no Aeroporto Internacional de Curitiba / Afonso Pena, localizado no município de São José dos Pinhais, no estado do Paraná. O estudo utiliza o software HOMER como ferramenta de apoio para simulação. A partir de configurações de sistemas viáveis, sob os aspectos técnico e econômico, são desenvolvidas ferramentas de auxílio na análise dos potenciais impactos à segurança operacional causados pela implantação de sistemas de geração fotovoltaico em aeroportos, baseado na pesquisa de publicações internacionais sobre o assunto e do arcabouço regulatório da infraestrutura aeroportuária brasileira. As configurações dos sistemas obedecem os parâmetros estabelecidos pela regulação da Aneel vigente para sistemas de minigeração distribuída por fontes renováveis. As simulações realizadas com o software indicam a viabilidade de três soluções. Em uma análise adicional, considerando método de indicadores econômicos, um sistema com 3,8MW de potência instalada é apontado como o projeto de maior rentabilidade e menor risco, apresentando Payback de 7,3 anos e TIR 12,6%, assim como o de maior distanciamento entre esta taxa e a TMA adotada no projeto, sendo esta a melhor solução dentre os casos simulados. Por outro lado, um sistema de 11,5MW foi utilizado na análise dos impactos à segurança operacional, por ser a configuração mais crítica neste aspecto, e quando submetido ao método permite a adoção de pelo menos uma ação mitigadora para cada um dos quatro riscos identificados, em razão da adequada localização do sistema dentro da área patrimonial do aeroporto. O estudo conclui que a adoção da geração fotovoltaica como fonte de geração de energia em aeroportos brasileiros é viável, tanto nos aspectos técnicos e econômicos, como também na mitigação dos impactos causados na segurança operacional, indicando também a viabilidade da utilização das superfícies livres de solo nestes sítios para instalação destes sistemas.
Data da defesa: 24/11/2017
Banca Examinadora
Orientador (a): Lúcio de Medeiros (Lactec)
Membro da Banca: Eduardo Kazumi Yamakawa (Lactec)
Membro da Banca: Alexandre Rasi Aoki (UFPR)
Membro da Banca: Cláudio Jorge Pinto Alves (ITA)
Palavra(s)-Chave: Aeroportos. Energia renovável. Fotovoltaica. Análise de viabilidade. Segurança operacional.
Keywords: Airports. Renewable energy. Photovoltaic. Feasibility analysis. Safety.