Publicada em

29/04/2013

Maycon Ribeiro Macedo

100 – Geração distribuída de pequeno porte como aliada do negócio de distribuição de energia elétrica no Brasil

Resumo

A integração de geração distribuída ao sistema elétrico vem se tornando relevante no Brasil devido, em parte, à notoriedade com que as fontes de energia renováveis têm se destacado no cenário energético mundial e à disponibilidade dessas fontes em território nacional, mas em especial devido às recentes ações do governo brasileiro destinadas a estimular a expansão de geração distribuída na matriz elétrica brasileira. O estabelecimento das condições gerais para o acesso de micro e minigeração e do sistema de compensação de energia elétrica, em 2012, reduziu as barreiras para a instalação desses empreendimentos, trazendo significativas mudanças para as distribuidoras, as quais têm mostrado preocupação a respeito dos impactos que a penetração dessa modalidade de geração possa trazer à rentabilidade de seu negócio. Num contexto histórico, as distribuidoras se mostram resistentes ao acesso de geração distribuída, encarando esse agente como prejudicial ao negócio de distribuição de energia elétrica. Este trabalho busca avaliar se a geração distribuída de pequeno porte, cujo acesso ao sistema se dá em baixa tensão, pode ser encarada como uma aliada do negócio de distribuição de energia elétrica no Brasil diante das atuais regras do setor elétrico, com foco nos resultados financeiros para a distribuidora. Empregando uma ferramenta oriunda do conceito de Coopetição, a Rede de Valores, o trabalho apresenta um panorama do atual relacionamento entre distribuidoras e geração distribuída. Três cenários de penetração são avaliados para o Estado do Paraná que, conjugados com dados de mercado da Copel Distribuição S.A., servem de análise sobre a influência do crescimento de geração distribuída na remuneração da distribuidora. São observados aspectos como a utilização do custo de disponibilidade como remuneração pelo uso do sistema, a perda de receita pela redução do mercado e a influência da variação de mercado no cálculo do Fator X. Os resultados apontam para ausência de motivadores para que as distribuidoras encorajem a geração distribuída de pequeno porte, dentro das atuais regras do setor elétrico e do modelo de negócio de distribuição.

Abstract

The integration of distributed generation to the energy grid is becoming more relevant in Brazil due to the accrued importance of renewable energy in the global scenario. This is a result of the wide availability of renewable energy in this country and the recent actions taken by the Brazilian government in order to stimulate the expansion of distributed generation in the electricity matrix. The establishment of general conditions for connecting micro and mini-generation by 2012, and a compensation system for the generated energy, based on a net metering model, reduced the barriers to the connection of this type of source. This brought significant changes to the utility companies, which have been concerned about the implications that the penetration of distributed generation might bring to their business profitability. Considering the historical context, utilities have shown to be resistant to connecting to distributed generation, regarding this player as harmful to their business. This work aims at evaluating small distributed generation, whose connection is usually done in low voltage, could be viewed as an ally to electricity distribution business in Brazil. We preserved the current regulations, and focused on the financial results for the utility company. The work presents a current outlook of the relationship between the utilities and the distributed generation by means of the Value-Net, which is a tool from the Coopetition concept. Three scenarios of penetration for the Paraná State are investigated. The market data from the Copel Distribuição S.A. is employed to analyze the influence of distributed generation growth on utility payment. From them, we evaluated issues as the utilization of availability cost as remuneration for system usage, revenues lost due market reduction and the influence of market variations for the calculation of the Factor X. The results of the study point to a lack of incentives for the utility companies to encourage the small distributed generation, according to the current regulation and the utility business model in Brazil.

Data da defesa: 29/04/2013

Banca Examinadora

Orientador(a): Marcelo Rodrigues Bessa (Lactec)
Membro da Banca: Cresencio Silvio Segura Salas (Lactec)
Membro da Banca: Lúcio de Medeiros (Lactec)
Membro da Banca: Thelma Solange Piazza Fernandes (UFPR)
Membro da Banca: Silvio Michel de Rocco (COPEL)

Palavra(s)-Chave: Distribuidora. Geração distribuída. Rede de valores. Modelo de negócio de distribuição.

Keywords: Utility company. Distributed generation. Value-net. Utility business model.

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